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Governo
impede votação da anistia
Base aliada barra projeto que
reabre prazo para ex-servidores pedirem retorno
Luciano Pires
André Abrahão/Divulgação - 15/7/09 |
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Nazif, relator da proposta: “A orientação para o
pedido de vista veio do Palácio do Planalto”
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Divergências de última hora entre parlamentares da base de apoio
ao governo na Câmara dos Deputados adiaram por pelo menos mais um mês a
aprovação do projeto de lei que reabre o prazo legal para que servidores
demitidos na era Collor (1990-1992) reivindiquem o direito de retornar ao
funcionalismo. A proposta, que já passou pelo Senado, deveria ter sido votada
ontem na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. O relator Mauro
Nazif (PSB-RO) acusa o Palácio do Planalto de tentar postergar a anistia dos
trabalhadores.
Pelo projeto, funcionários expulsos da administração pública de forma
injustificável e que perderam a chance de contestar formalmente a demissão
arbitrária nos períodos estipulados pelo Estado (1994 e 2004) teriam mais um ano
para manifestar no Ministério do Planejamento o interesse em reassumir seus
cargos. Associações de ex-servidores estimam que cerca de 20 mil pessoas sejam
beneficiadas. Durante o governo Fernando Collor, aproximadamente 100 mil
servidores públicos foram demitidos.
Nazif, que é favorável à reabertura do prazo legal, rejeitou todas as 16 emendas
a fim de não atrasar mais sua tramitação. Aceitar mudanças significaria remeter
o projeto novamente ao Senado. “O clima na comissão estava 100% para votar. Fui
pego de surpresa. Estranhamente o governo se manifestou”, disse referindo-se ao
pedido de vista feito pelo colega da Paraíba Armando Abílio (PTB). “A orientação
para o pedido de vista veio do Palácio do Planalto”, acusou Nazif. Procurado
pelo Correio, Abílio não retornou as ligações da reportagem.
O número
O impacto
Estima-se que
20 mil
pessoas sejam beneficiadas
Ouça entrevista com o deputado Mauro Nazif
(PSB-RO)
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